No ponto 1 diz que pode ser pecado mortal, enumerando em seguida as três circunstâncias em que isto ocorre. Já no ponto 2 se pressupõe a mortalidade por estar se admitindo a ocorrência de circunstâncias acima citadas. Mas confesso que a redação poderia ser mais redonda.
Num tópico certa feita citaram Leo Trese. Nunca mais pensei no assunto.
O que diz Leo Trese?
> @ruirmachado > O que diz Leo Trese? Peguei no Google: "Nem tudo o que chamamos palavrão é um pecado, e não se deve dizer às crianças que é pecado aquilo que não o é. Por exemplo, as palavras como “diabos” ou “maldito” não são em si palavra pecaminosas. O homem que exclama: “Esqueci-me de levar ao correio a maldita carta”, ou a mulher que diz: “Maldito seja!, outro copo quebrado!”, utilizam uma linguagem que alguns acharão pouco elegante, mas que não é certamente linguagem pecaminosa. *E isto se aplica também aos palavrões, de uso tão frequente em certos ambientes, que descrevem partes e processos corporais.* Essas palavras serão grosseiras, mas não são pecado." De "A Fé Explicada".
Creio que à gravidade da matéria pecaminosa depende do cotexto que o palavrão está inserido.
> @gabriel12345 > Creio que à gravidade da matéria pecaminosa depende do cotexto que o palavrão está inserido. Se o palavrão se refere à matéria de imoralidade sexual, a mesma será sempre grave, dado que não há matéria leve contra o 6º e 9º mandamentos.
Você não acha que exista uma diferença de uma palavrão sendo usado para representar uma situação (Ex: Estou fud#$% ), do que sendo usado em uma conversa pornográfica?
É possível que dois atos desordenados sejam graves embora um seja mais grave que outro. Mas eu não entendo como possa haver transgressão do VI e do IX Mandamentos sem que haja movimento do apetite concupiscível (em contrário, a conversa libidinosa o promove, podendo usar ou não dos palavrões). Eu acho que faria mais sentido ser uma transgressão do V (no contexto do Sermão do Senhor na Montanha [Mt V,22]). Por fim, os palavrões blasfemos são contra o II Mandamento.
> @Carlos Ribeiro > Mas eu não entendo como possa haver transgressão do VI e do IX Mandamentos sem que haja movimento do apetite concupiscível Nessa situação eu considero um pecado venial, pois é uma forma deselegante de falar.
> @Carlos Ribeiro > Mas eu não entendo como possa haver transgressão do VI e do IX Mandamentos sem que haja movimento do apetite concupiscível (em contrário, a conversa libidinosa o promove, podendo usar ou não dos palavrões). Mas há o movimento do concupiscível. Assim como ninguém fala a palavra _elefante_ sem a sua representação mental trazida pela imaginação através da memória, da mesma forma é preciso não se referir a coisas obscenas se não se quer correr o risco de se abrasar, pois um incêndio pode começar de uma simples fagulha. Por isso o Apóstolo nos exorta a nem mencionarmos imoralidades sexuais.
> @Paulo Vinícius Costa Oliveira > Mas há o movimento do concupiscível. Assim como ninguém fala a palavra elefante sem a sua representação mental trazida pela imaginação através da memória, da mesma forma é preciso não se referir a coisas obscenas se não se quer correr o risco de se abrasar, pois um incêndio pode começar de uma simples fagulha. Por isso o Apóstolo nos exorta a nem mencionarmos imoralidades sexuais. Existem situações onde isso não acontece, Paulo. Infelizmente, tenho o costume de falar palavrões (estou melhorando), porém quando eu digo a palavra, não me vem a "representação mental" do que eu disse, a palavra só é pronunciada. Deu para entender?
Digo isso, pois eu creio que ficou mal explicado.
> @gabriel12345 > Existem situações onde isso não acontece, Paulo. Infelizmente, tenho o costume de falar palavrões (estou melhorando), porém quando eu digo a palavra, não me vem a “representação mental” do que eu disse, a palavra só é pronunciada. Deu para entender? Sim, mas veja que não se pode afirmar o mesmo para todos os que nos ouvem, por isso se deve evitar terminantemente.
> @Paulo Vinícius Costa Oliveira > Mas há o movimento do concupiscível. Assim como ninguém fala a palavra elefante sem a sua representação mental trazida pela imaginação através da memória, da mesma forma é preciso não se referir a coisas obscenas se não se quer correr o risco de se abrasar, pois um incêndio pode começar de uma simples fagulha. Se assim fosse, não seriam possíveis as orações maquinais e distraídas (p.ex., rezar o Pai Nosso sem imaginar _céu_, nem _pão_, nem _dívida_, etc.). Ainda que haja o fantasma, "partes e processos corporais" (como diz Leo Trese) não são imorais em si; e não necessariamente fazem mover o apetite concupiscível - do contrário seria imoral nomear "partes e processos corporais" mesmo pelos termos técnicos/científicos. E ainda que haja o movimento do apetite concupiscível, é preciso consentimento ao deleite para que haja pecado mortal.
> @Carlos Ribeiro > Se assim fosse, não seriam possíveis as orações maquinais e distraídas (p.ex., rezar o Pai Nosso sem imaginar céu, nem pão, nem dívida, etc.). Quando eu afirmei que _ninguém_ o faz, supõe-se uma fala com a devida atenção, ainda que não focada na unidade mais estreita dos termos, em um sentido amplo e contextual.
> @Carlos Ribeiro > Ainda que haja o fantasma, “partes e processos corporais” (como diz Leo Trese) não são imorais em si; e não necessariamente fazem mover o apetite concupiscível – do contrário seria imoral nomear “partes e processos corporais” mesmo pelos termos técnicos/científicos. Sim, porém a dúvida não se trata de falar sobre partes e processos corporais, e sim palavrões de conotação sexual. Veja o que foi dito acima: >6. Não, palavras como “esterco”, “estrume”, “excremento” [não] entram na categoria de palavras torpes ou com malícia verbal.
> @Carlos Ribeiro > E ainda que haja o movimento do apetite concupiscível, é preciso consentimento ao deleite para que haja pecado mortal. De acordo, porém como esta é uma regra absoluta para todos os pecados, dispensei-me de evocá-la.
Só é pecado se causar escândalo ou incitar desejos carnais. Mas a verdade é que ninguém nem pensa no significado dos palavrões. Quando se fala cara... ele é mais usado como um advérbio do que como o órgão sexual masculino.
> @Karlos Guedes > Mas a verdade é que ninguém nem pensa no significado dos palavrões. Quando se fala cara… ele é mais usado como um advérbio do que como o órgão sexual masculino. É isso que eu penso. Digo que ainda existe uma matéria para pecado venial.
> @Karlos Guedes > Só é pecado se causar escândalo ou incitar desejos carnais. Não entendi muito bem na parte do escândalo. Se eu falar um palavrão na frente de uma pessoa eu já cometo escândalo? (sei que falar na frente de uma criança é pecado)