> @Suzana > Falei do desconforto mas às vezes tenho outros sintomas também, facilitados até mesmo por eu já ter uns probleminhas. Para você vencer isso um bom caminho é conectar cada um de seus atos com Deus, comece rezando antes e depois das refeições; numa refeição com muitos pratos, escolha um, de que você gosta, para se abster, e assim treinar a vontade; se alimente em horas pré-estabelecidas.
Penso que a questão já foi respondida. Somente duas ligeiras observações: 1. Um dos problemas da gula é sim fazer mal (conscientemente) à saúde, mas não o único, como se depreende dos pontos 1º e 4º da citação do Royo Marin, em que não há necessariamente mal à própria saúde. 2. Fazer mal à saúde e prejudicar o bom funcionamento do corpo é, na prática, a mesma coisa, o que invalida o raciocínio.
Paulo > @Suzana > Este grave dano não seria simplesmente “passar mal por comer”, certo? Seria mais quando a pessoa tem uma doença, por exemplo, cujo excesso de comida pode levá-la a morte, e age com negligência, comendo exageradamente? > @Suzana > Porque geralmente quando se come bastante acaba-se tendo um desconforto mesmo, ainda mais no meu caso Paulo, eu acabei me expressando mal, onde escrevi "tendo um desconforto", leia-se "passando mal". Mesmo assim, a resposta que vc colocou abaixo desta minha pergunta (lá em cima) seria a mesma, apenas trocando essas palavras? Digo, onde vc respondeu: > @Paulo Vinícius Costa Oliveira > Desconforto não é grave dano a saúde. Como você mesma trouxe no exemplo, é preciso que se siga uma consequência de proporção grave para a saúde ou a vida (um diabético que mesmo assim ingere açúcares ou um portando de cirrose que não abandona o álcool, p. ex.). Vc responderia "Passar mal não é grave dano à saúde (...)"? Entendi cert inho a colocação do Thiago, mas eu só gostaria de saber se a sua resposta seria a que eu coloquei acima mesmo.
Thiago, mariana1988 está respondendo por suzana2019.
Me desculpe, é que eu havia criado dois usuários pq fiquei com vergonha de uma pessoa só criar muitos posts, fiquei sem jeito.
> @Suzana > Mesmo assim, a resposta que vc colocou abaixo desta minha pergunta (lá em cima) seria a mesma, apenas trocando essas palavras? Sim, seria. Temos que procurar aprender bem os princípios, e isto facilitará a aplicação prática nos casos. Dito isto, lembre-se que mais do que o necessário ato de examinar a consciência, o ato mais importante da confissão é o arrependimento, e este é um ato da vontade iluminado pela inteligência, ambos com o auxílio da graça. Senão corremos o risco de especular demais sobre as nossas faltas, caímos na doença dos escrúpulos e ainda por cima não obtemos a contrição. Na prática, e em caso de consciência duvidosa, o sacerdote é quem deverá julgar, bastando de nossa parte a sinceridade necessária na acusação.
Suzana ou Mariana, não tenha receio de tirar suas dúvidas. Nossa comunidade é feita de pessoas reais, longe do anonimato e do ruído da Internet.
Pessoal, queria a ajuda de vcs de novo. Um tempo atrás, quando ainda estava nesse dilema sobre gula, um padre disse que comer depressa demais também seria uma forma de gula, e quando isso é exagerado seria pecado mortal. Já aconteceu isso comigo, *mas na época apesar de eu saber que era pecado acredito que não pensava ser mortal*. Só que eu não dei muita atenção a isso que ele falou; e depois de um tempinho fui confessar, e não falei isso... Será que a confissão foi inválida?
Completando: na época acredito que não sabia que era mortal, mas depois, claro, fiquei sabendo pelo padre, e poderia ter dito na próxima confissão.
Claro que não foi inválida, e outra, comer "depressa demais" é um termo vago, qual velocímetro a gente usa para medir isso? Às vezes nós precisamos comer depressa, como os israelitas comeram rapidamente a páscoa a mando do próprio Deus. Suzana, veja que minúcia demais pode pautar a nossa vida em condições irreais, pois nós podemos pecar por excesso em quase todas as virtudes, principalmente no zelo e na mortificação. Não se pode negar que se somos vorazes no modo de se alimentar, comendo como bichos, isso pode ser pecado, mas a situação em si não acarreta a matéria grave, pois como você mesmo leu acima, é preciso uma consequência grave em termos de saúde, o que não se dá absolutamente no caso. Por fim, tome cuidado mesmo com alguns conselhos de certos sacerdotes, pois não é raro na história da Igreja que padres, ainda que com boas intenções, encham seus penitentes de escrúpulos deletérios para a vida espiritual (o que é um conselho geral, e uma acusação do que ocorreu em seu caso).
Faltou um não: "e não uma acusação do que ocorreu..."
Paulo, o que o padre me disse é que se chegar ao ponto da pessoa passar mal por isso seria pecado mortal. E nesses casos eu cheguei a passar mal, tipo ficar com dor de estômago... Por isso minha dúvida.
Só um detalhe: quando fui fazer essa confissão, eu relatei o fato de que muitas vezes comi demais; portanto a questão da quantidade eu confessei, mas não a da pressa (não quis pensar sobre isso, fiquei pensando que não arrependeria, sei lá, então não disse)
Ficar com dor de estômago não é consequência grave para a saúde, Suzana, você está se repetindo, leia as primeiras mensagens do tópico onde você mesma já tinha superado essa dúvida, que agora volta sem razão plausível. Dito isto, eu não tenho dúvida de que o seu caso é de consciência escrupulosa, e como dizem todos os autores espirituais, só há um remédio para sua doença de alma: obediência cega a um bom confessor ou diretor. Ou você é proibida de se confessar o que já confessou e de ficar esquadrinhando seu exame de consciência ou todo e qualquer esclarecimento adicional que dermos só servirá para piorar o seu problema. Por questão de caridade, pois, eu não irei responder mais a esses escrúpulos. Ser escrupuloso não é pecado, porém pode ser pecado o que se faz a partir desse dado. Ou o escrupuloso se decide a obedecer cegamente para se tratar de seu mal, ou estará alimentando seu orgulho apenas.
Paulo, me desculpe, é que eu esqueci de mencionar que tenho uns problemas de saúde. Tenho a doença do refluxo, gastrite e hérnia de hiato. Era para eu ter dito isso, e não a questão de sentir dor de estômago! Eu esqueci! E claro que é recomendável comer devagar nesses casos, pois piora o problema. Mas também não é algo que traz um risco grande e imediato de morte, então não sei. Sei que vc disse que não ia mais responder, mas é que agora fiquei realmente sem saber, pois fiquei focada em uma questão só e esqueci de falar o principal, que é isso que disse... Por favor, se puder me responder mais essa vez...
Complementando: E é claro que é recomendável comer devagar nesses casos, e comer menos também (...)
Aconselho veementemente que você leia o capítulo XVII do livro Progresso na Vida Espiritual, do Pe. Faber. Link abaixo: https://mega.nz/#!MMt0lawK!Jef3oHPilBn4EGHWrw22Bt6SnVALQ9--0GQ_bbH9y4I
Ok, Paulo, vou ler sim. Penso eu que com essa indicação de leitura vc já quis responder a minha dúvida acima. Se for assim, obrigada.
Boa noite, no meu caso entendo que comer mais do que o necessário para o corpo gera malefícios e muito mais do que isso, é uma atitude errônea que descumpre uma finalidade natural. Diante do exposto, entendo por senso comum os malefícios da gula. Mas fica minha dúvida: Todos os mandamentos tem uma explicação racional... E se não tivesse!? Parece-me que o arrependimento verdadeiro é aquele vinculado a obediência ao Senhor com ou sem explicação, então o fato dos mandamentos terem explicações racionais é um mero privilegio que Deus nos deu ou tudo que Deus faz tem uma explicação racional mesmo que ainda desconheçamos? Quero dizer, podemos crer que a razão está com Deus, e portanto sermos salvos se buscarmos sempre explicações racionais? Obrigado
Se os mandamentos não tivessem uma explicação racional, teríamos de obedecê-los por serem Revelação de Deus. Nesse caso, como no do dogma da Santíssima Trindade, não poderiam ser irracionais, ou seja, se a razão não os esgotasse ou chegasse a eles, sobre eles porder-se-ia raciocinar. Mas não é o caso. Todos os mandamentos, nos seus princípios primários, se depreendem da ordem criada, são "racionais". Contudo, dada nossa natureza decaída, poucos conseguem chegar às suas demandas com completude, e, por isso, Deus os revelou.